
O meu psiquiatra é um homem muito agradável e alegre.
Hà dias que fum por alí a revissao e dixo-me que ainda nao remitiu o quadro depressivo. Também que tenho baixadas repentinas de pressao arterial que me deixam coma um monicreque sem fios. Que sou hiper-sensível. Que quando perceba que a bi-polaridade se decanta cara a fase hipo-maniaca, nao colha todos os trabalhos, responsabilidades e teatrinhos com os meninhos para lhe dar saida à minha hiper-criatividade. Que após afogo com tanto trabalho.
Dixo-me que ele era um hedonista.
Que fóra de lhe nao lhe fazer mal a ninguém, o único que lhe preocupa é disfrutar da vida.
Eu disse que me sinto culpável por nao poder trabalhar, mas ele diz que jà só me faltava esso.
Eu expliquei-lhe que, na minha família, por sermos algo diferentes nas ideias, desde pequenos inculcaron-nos que tinhamos que ser melhores que os que iam à misa, para lhe demonstrar que, sem ir à misa, pode-se ser tam bom coma os que vam.
O meu psiquiatra diz que na minha família somos anticlericais, mas que temos umha religiao muito mais exigente que os que vam à misa e logo chegam à casa e ficam tranquilos até o domingo que vem. Nós nao nos permitimos baixar a guarda nunca.
Que, no fundo, essa pauta é umha atitude nazi para com um mesmo, ainda que com os demais se seja muito liberal.
Agora mesmo gostaria de passar por todos vossos blogues e disfrutar e comentar em eles.
Também o senhor Xamentendes, que é um encanto, me convidou a Cabana, para conhecer a Neira Vilas e Anisia Miranda.
Mas nao fum quem de ir. Seguramente nao terei outra oportunidade de os conhecer.
Tampouco nao sou quem de passeiar pola aranheira, fora dos meus proprios blogues, que vou fazendo à minha medida.
Aquí fico. Coma umha crisálida dentro da sua casca, aguardando polo dia em que ,por fim, mude em borboleta.
E, falando de borboletas, este ano, escrebi um poeminha para os meninhos da minha escola do Rif.
É em espanhol, mas penso que é lindo.
Adicado a eles:
La oruga
Pequeña, peluda y ciega
sube por entre las hojas.
La lluvia cae, dulcemente,
en la hierba silenciosa.
¡Qué cansada está la oruga
de subir hojas y hojas.
De describir curvas lentas
para moverse en la sombra…!
¡Qué cansada está la oruga
de querer ser mariposa!
